Na revista Exame de Setembro vinha publicado um artigo que achei interessante de Isabel Canha intitulado “Energias e Desenvolvimento” e que resolvi publicar no meu blog pelo sua oportunidade.
Nicholas Stern, que estará na conferência sobre renováveis, defende que não são mutuamente exclusivas.
Um deserto tórrido, incêndios, falta de água, populações em fuga para zonas mais temperadas, milhões de refugiados. Não precisamos de grandes dotes para a dramaturgia para representar a tragédia traçada por Ncholas Stern. O pior é descobrir que a acção pode vir a decorrer aqui mesmo, em Portugal, e não numa distante galáxia produzida pela imaginação humana.
Ninguém quer que o pesadelo se torne real, mas tarde em se fazer mais e melhor para evitá-lo. Naquele que ficou conhecido como o relatório Stern, divulgado em Outubro 2006 pelo governo britânico, o ex-economista-chefe e ex-vice-predidente do Banco Mundial, avalia que a inacção perante as acções climáticas pode custar-nos 20% do PIB mundial.
Pessimista de serviço? Talvez, mas ele é o oráculo de algumas boas notícias quando prevê, por exemplo, que o preço do petróleo começará a moderar-se dentro de dois anos, graças à racionalização do uso da energia e à procura de fontes alternativas que a alta de preços está já a provocar. Como refere na entrevista d«que concedeu à EXAME “no sul da Europa há uma enorme vantagem relativa à energia solar e isso deve ser desenvolvido”. No seu gabinete de London School of Economics, onde recebeu a editora Rosália Amorim, defendeu:” O que precisamos é de uma economia low carbon, mas com crescimento. Esse é o desafio, aliar o ambiente ao desenvolvimento”.
Em plena crise do petróleo e com o mundo cada vez mais consciente da urgência do combate ao aquecimento global, a EXAME, a Visão, e o Ministério da Economia associaram-se para promover, em Setembro, uma importante conferência internacional dedicada às energias renováveis e ao seu papel no futuro próximo, do ponto de vista económico ambiental.
Esperamos todos que haja de facto renovação.
JC