sábado, 27 de dezembro de 2008

COMO LIDAR COM A CRISE


COMO LIDAR COM A CRISE


Quando uma crise surge há que saber lidar com ela e, como tal, alguns passos devem ser seguidos, nomeadamente;

- Aceitar a crise.
- Saber o que depende da equipa de trabalho.
- Estabelecer objectivos realistas.
- Definir uma estratégia clara para os atingir.
- Comunicar esse novo caminho, sem dúvidas.
- Ouvir a equipa e envolvê-la em todo o processo.

Quando uma empresa está mal o administrador pensa no que o presidente ou o conselho consultivo disseram ou no que se diz à sua volta. E o que depende dele é motivar os trabalhadores. Para dar ânimo aos trabalhadores é importante a unidade, a coesão da equipa, que só funciona se todos os seus elementos estiverem motivados para vencer. O líder, quando decide, deve escutar as pessoas que estão consigo, tem de envolvê-las. Até porque o pior de uma crise é estar sozinho, sem defesas. Com a retaguarda bem protegida é mais difícil perder. O segundo passo é reflectir sobre os objectivos. É preciso que sejam realistas. Se necessário há que mudá-los. O envolvimento e a coesão da equipa só fazem sentido se houver uma linha directora firme, com metas claras. Vacilar pode sair caro. Em situação de crise, o líder tem de dizer qual é o caminho a percorrer. Mas tem de o explicar. Para que todos saibam.
JC

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

NATAL

NATAL


Natal é tempo de paz, de alegria, de união, de partilha e tantas outras coisas que durante o ano devíamos fazer e por qualquer razão não o fazemos.
Muitas vezes por questões de comodidade.
Bem sei que muitos dizem que não deve ser apenas no Natal, que devemos ter este espírito, ou este comportamento, mas antes todo o ano.Também sei que muitos que proferem essa frase não o fazem, nem durante ano nem na altura do Natal, antes a dizem porque é socialmente correcto.
Também sei, que, pelo contrário, há pessoas que o fazem todo o ano e, que muito admiro, mas o verdadeiro espírito de Natal penso que só se vive na sua plenitude durante esta época.
Admiro o empenho com que o fazem e a vontade que têm para se dar aos outros.
Pessoalmente, e como já o referi num texto anteriormente publicado já fui dando alguma coisa de mim, noutro contexto é certo, e foi muito pouco para o que tantos precisam.
Este Natal irei procurar fazer alguém feliz, nem que seja uma pessoa, mas se o conseguir já ficarei satisfeito e contente.
Espero que em Portugal, no mundo, se cada pessoa tentar fazer outra feliz iremos contribuir para melhorar a sociedade e torná-la mais justa, nem que seja por um dia, ou uma noite. Mas, se essa pessoa a quem demos um pouco de nós nesta quadra o fizermos durante mais tempo, mais feliz ela se irá sentir e, quem sabe, ficará uma pessoa mais realizada, útil, e logo sentirá o seu ego com mais amor e concerteza uma pessoa diferente para o resto da vida.
Espero sinceramente que este espírito reine no coração de muita gente e possamos fazer muitas pessoas felizes.

JC

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

SABER "SER"


SABER “SER”

Um Pai, bem na vida, querendo que o seu Filho soubesse o que é ser pobre, levou-o a passar uns dias com uma família de camponeses.
O miúdo passou tês dias e três noites vivendo no campo.
No carro, voltando para a cidade, o Pai perguntou:
Como é que foi a tua experiência?
Boa, responde o Filho, com o olhar perdido na distância.
E o que é que tu aprendeste? Insistiu o Pai.
O Filho respondeu:
1. Que nós temos um cachorro e eles têm quatro.
2. Que nós temos uma piscina com água tratada, que chega até metade do nosso jardim. Eles têm um rio sem fim, água cristalina, onde têm peixinhos e outras belezas.
3. Que nós importamos lustres do oriente para iluminar o nosso jardim, enquanto eles têm as estrelas e a lua para iluminá-los.
4.O nosso jardim chega até ao muro. O deles chega até ao horizonte.
5. Nós compramos a nossa comida, eles cozinham-na.
6. Nós ouvimos CD’s. Eles ouvem uma perpétua sinfonia de pássaros, sapos, grilos e outros animais…; Tudo isso, hás vezes acompanhado pelo sonoro canto de um vizinho que trabalha a sua terra.
7. Nós usamos microondas. Tudo o que eles comem tem o glorioso sabor do fogão a lenha.
8. Para nos protegermos vivemos rodeados por um muro com alarmes… Eles vivem com as suas portas abertas, protegidas pela amizade dos seus vizinhos.
9. Nós vivemos ligados ao telemóvel, ao computador, à televisão. Eles estão ligados à vida, ao céu, ao sol, à água, ao verde do campo, aos animais, às suas sombras, à sua família.
O Pai ficou impressionado com a profundidade do seu Filho e então este terminou:
Obrigado meu Pai por me ter proporcionado verificar o quanto somos pobres!
Cada dia que passa estamos mais pobres de espírito e de observação da natureza, que são as grandes obras de Deus. Preocupamo-nos em TER, TER, TER, E CADA VEZ MAIS TER, em vez de nos preocuparmos com SER.

Texto de Autor desconhecido
Imagem de blog Errâncias em o Coração da Natureza

JC

sábado, 6 de dezembro de 2008

SEIVA DA VIDA



SEIVA DA VIDA


Há coisas que são a seiva da vida. Quando as amam, amam a vida! Quando declaram que as desejam, anunciam que escolhem o que a vida tem de bom para oferecer!
Portanto escolham o sexo – todo o sexo que puderem ter!
E escolham o poder – todo o poder que possam reunir!
E escolham a fama – toda a fama que possam alcançar!
E escolham o sucesso – todo o sucesso que possam conseguir!
E escolham ganhar – todo o ganho que possam experienciar!
Mas não optem pelo sexo em vez do amor. Mas sim como celebração desse amor. E não optem pelo poder sobre, mas pelo poder com. E não optem pela fama como um fim em si, mas como um meio para um fim maior. E não optem pelo sucesso à custa dos outros, mas como uma ferramenta com a qual ajudar os outros. E não optem por ganhar a todo o custo, mas por ganhos que nada custem aos outros e que até lhes tragam ganhos também.
Vão em frente e optem pela adulação dos outros – mas vejam todos os outros como seres sobre quem podem fazer chover adulação, e façam-no.
Vão em frente e optem por ser melhores – mas não melhores que os outros; de preferência, melhores do que eram antes.
Vão em frente e optem por ter mais, mas só para que tenham mais para dar.
E sim, optem por “saber como” e “saber porquê” – para que possam partilhar todo o conhecimento com os outros.

Excerto do livro “ Conversas com Deus” de Neale Donald Walsch
Pintura de Irene Gomes - Areias de Morabeza

domingo, 30 de novembro de 2008

EXPERIÊNCIA DE VIDA


EXPERIÊNCIA DE VIDA

Gostava de partilhar convosco a história de um amigo. Daqueles amigos do coração. Amigos verdadeiros. Ao mesmo tempo gostava que ela servisse de reflexão para todos quantos lerem este blog.
Este amigo, tinha acordado bem disposto e bem-humorado para mais um dia de trabalho, ao contrário do que vinha acontecendo ultimamente (no decorrer da história verão porquê). Chegou à empresa por volta das 8,15 horas, visto que o horário de entrada é às 8,30 horas e, horários, ele gosta de os cumprir escrupulosamente. Foi cumprimentando os colegas que lhe iam aparecendo, trocando com um deles um diálogo de alguns minutos.
Como estava previsto sair nesse dia em serviço externo, dirigiu-se à portaria e solicitou um carro da empresa. Passados alguns instantes saiu; percorridos cerca de maia dúzia de quilómetros sentiu uma forte dor de cabeça e no peito, bem como a perda de força do lado esquerdo, no entanto, ainda teve discernimento para ligar para a empresa e, passados poucos minutos já estavam com ele dois colegas, que de seguida o transportaram a uma clínica próxima, onde lhe foram prestados os primeiros cuidados, no entanto, passado muito pouco tempo chegou o 112 que de imediato o transportou ao Hospital Distrital (esta parte da história foi-me contada por um médico que é amigo comum e que por acaso esteve presente).
Por casualidade necessitei de falar com ele e liguei-lhe várias vezes para o telemóvel, mas nunca atendeu. Já não era possível. Liguei para a empresa onde trabalhava e uma colega deu-me conta do que havia acontecido. Tentei saber junto do hospital algo de mais concreto, foi-me dito que tinha sofrido um AVC e que estava na sala de observações. Preocupado, dirigi-me ao hospital, expliquei quem era, e com a ajuda da família deixara-me falar com ele alguns, minutos.
Com voz arrastada e pouco perceptível e a parte esquerda semi-parelisada, olhou para mim com uma lágrima que teimosamente lhe corria pela cara, apertou a minha mão e apenas trocámos meia dúzia de palavras, não mais do que isso.
Passados dois dias voltei ao hospital, já tinha sido transferido para a unidade de AVC’S.Com a voz mais perceptível, contou-me algumas coisas que eu já sabia e outras com as quais fiquei deveras admirado e que me reservo de contar, pois assim respeito a vontade dele. Falou-me do que sentiu quando lhe aconteceu o AVC e das pessoas que de imediato se lembrou, o filho, a mulher, uma sobrinha linda, dos pais e da irmã. Sentiu que provavelmente não os veria nunca mais, nesta altura da conversa, aquela lágrima teimosa voltou a correr-lhe pela face.
Há uma coisa que vou contar e, tenho a certeza, que ele me vai perdoar, porque não posso calar face ao que dele conheço e a revolta que isso me causou, que foi algum tempo antes o terem acusado de falta de profissionalismo. Como podem acusar alguém como ele de falta de profissionalismo, se estava sempre disponível para a empresa, a qualquer dia, a qualquer hora, sempre…, mesmo sabendo que com isso prejudicava a família e a si próprio.
Os bons profissionais são aqueles que ouvem aqui e contam acolá, que como o povo diz levam e trazem? Se são estes, mal estamos quando isso acontece.
Falou-me da vida intensa que teve durante cerca de oito anos, em que quase não tinha tempo para a família, para os amigos ou mesmo para dormir. Eu sabia do que estava a falar pois algumas dessas actividades tinham sido partilhadas comigo. A maioria, ou mesmo todas essas actividades deixou-as a algum tempo, mas o trabalho continuava a absorvê-lo. Aquela lágrima teimosa não parava de lhe correr pela face, enquanto me ia dizendo, “sabes isto é o acumular da vida intensa que os dois levámos durante alguns anos e, agora estou aqui numa cama de hospital” fez ainda questão de dizer que o pessoal auxiliar, enfermagem e médicos têm sido excelentes e incansáveis. Já quase no final da conversa ainda me disse “ tenho fé que rapidamente voltarei à minha vida normal, mas sem excessos”.
Ainda teve tempo para elogiar a Administração da empresa onde trabalha, que tiveram para com ele sempre o comportamento digno, solidário/incansável e cordial.
Perguntei-lhe pelo futuro. Resposta rápida e espontânea “ Só a Deus pertence”.
A visita estava a terminar, despedimo-nos com um até amanhã, quando dobrava a porta da unidade olhei para trás e aquela teimosa lágrima continuava.
Nesta altura já se encontra em casa a recuperar, mas todos os dias nos falamos.
Há!... Esqueci-me de dizer, este meu amigo chama-se João e tem 45 anos.

JC

domingo, 23 de novembro de 2008

sábado, 1 de novembro de 2008

SOLIDARIEDADE


SOLIDARIEDADE

Fui fundador de uma Instituição Particular de Solidariedade social e, membro da Direcção, durante nove anos.
Foi dos melhores tempos que passei na minha vida. O nascer da Instituição, pedra sobre pedra, até à sua conclusão. A preocupação de onde iríamos buscar o dinheiro para pagar os materiais e ao construtor no final de cada mês. Este desafio tornou-me mais maduro, mais consciente da realidade que cada dia enfrentam muitos portugueses e que me fizeram transportar para o quotidiano de muitas famílias.
Elas precisavam do dinheiro para fazer face às despesas do dia a dia, comprar comida, roupa, livros e outros bens essenciais. Nós precisávamos do dinheiro para, como disse, pagar os materiais e ao construtor e, como consequência, este pagar aos funcionários para que pudessem satisfazer as suas necessidades básicas.
A vida é um ciclo.
Mas, como ia dizendo a Instituição ia crescendo, as verbas iam aparecendo e nós com muito custo víamos o nosso sonho concretizar-se. Esqueci-me de dizer, que vivo numa aldeia de cerca de seiscentos habitantes, que nem sede de freguesia é. O Povo sempre nos apoiou, essencialmente no aspecto financeiro e mão-de-obra. Isto fazia com que cada vez tivéssemos mais força para continuar e, passados cerca de quatro anos a primeira fase da obra estava concluída. Com o dinheiro e a mão-de-obra do povo e com verbas significativas do poder central este primeiro sonho estava realizado.
Esta foi para mim a fase mais marcante.
O dia em que entraram os primeiros idosos e as primeiras crianças hão-de marcar-me para o resto da minha vida.
Nessa altura funcionava apenas infantário, ATL e centro dia. Não estávamos satisfeitos e partimos para uma segunda fase. A criação do lar. Mais dores de cabeça. Donde vem o dinheiro? Onde o vamos buscar? Mas a Direcção e os outros Órgãos Sociais em conjunto com a população sempre souberam dar a resposta adequada.
Mais uma candidatura a fundos comunitários e, volvidos mais dois anos, viamos a segunda parte do sonho concretizado.
Pouco tempo depois estavam a entrar os primeiros idosos para o lar.
No final desta fase achei por bem retirar-me e dar lugar a outros que pudessem dar continuidade ao projecto por nós iniciado, ou mesmo melhorar o já existente.
O certo é que a Associação tem continuado a crescer e, neste momento, a funcionr em pleno, já com outras valências, sendo actualmente uma das Associações que melhor funciona no Distrito de Aveiro.
Nesta altura, ter-se-á já investido cerca de três milhões de euros.
Foi a fase da minha vida em que me senti mais realizado. O poder fazer algo por alguém que precisava e irá continuar a precisar. O concretizar dum sonho que à partida poucos acreditavam para além de nós Órgãos Sociais.
O poeta diz “ O sonho comanda a vida e quando um homem sonha o mundo pula e avança como bola colorida entre as mãos de uma criança”. Aqui, nós sonhámos e concretizámos a obra.
Provavelmente um dia voltarei aos Órgãos Directivos da Associação, já me está a fazer falta viver o dia a dia da Instituição e os seus problemas e continuar a dar me aos outros.
JC


domingo, 26 de outubro de 2008

CRISE FINANCEIRA


CRISE FINANCEIRA

Sei que a crise financeira nos afecta a todos, é uma crise global. Uns acham que esta crise tem origem no capitalismo desenfreado, porém, outros acham que ela, terá tido, o seu início há alguns anos, com a presença excessiva do Estado em alguns organismos.
Eis um artigo de João Pereira Coutinho, na revista “Única” do jornal Expresso do dia 25 do corrente mês.

A crise financeira actualmente em cena teve uma insofismável vantagem: distribuir diplomas de economia pela maioria dos plumitivos. Até José Saramago, no último “Expresso”, não hesitou em molhar a sopa no assunto, escrevendo um texto onde reclama vigorosamente a prisão (e o fuzilamento ?) dos capitalistas gananciosos.
Infelizmente, o mundo é ligeiramente mais complexo do que o ódio primitivo e a violência revolucionária que ainda espirram da cabeça de Saramago. Basta ler o notável artigo de Dennis Seweell para a revista “Spectator” para perceber porquê. A crise em curso é um produto directo da selvajaria neoliberal?
Sewell desmonta a falácia ao explicar como o problema nasceu, não da ausência do Estado – mas da presença insidiosa dele. Nas administrações Clinton ideias absurdas de “inclusão” social pressionaram a banca a alterar as suas regras de prudência na concessão de crédito para os mais pobres, e por definição os mais insolventes, pudessem ter casa. Segundo a ortodoxia da época, se negros e latinos tivessem habitação própria, isso diminuiria o crime, aumentaria a “perfomance” escolar dos filhos e criaria um maior sentido de comunidade. Entre 1994 e 1999, dois milhões de negros e latinos compraram o próprio ninho. Mas isso só foi possível porque o governo montou um subtil esquema de “avaliação” dos bancos, segundo o qual qualquer sombra de “descriminação” a minorias seria severamente punida, em tribunal ou na concessão de licenças várias. Os bancos, pressionados, limitaram-se a baixar as orelhas e a trilhar a corda bamba. Deu no que deu.
Fuzilar os capitalistas? Eu, se fosse Saramago, começava pelos políticos.

sábado, 18 de outubro de 2008

"AUMENTO" SALARIAL - 2009

"AUMENTO" SALARIAL - 2009

No meio de toda aquela embrulhada verificada na apresentação do Orçamento de Estado para o ano de 2009 em que o Sr. Ministro das Finanças veio propor para o ano de 2009 aumentos para a função pública de 2,9%. É evidente que as empresas privadas que tencionam fazer aumento de vencimentos no próximo ano irão ter como factor de referência os verificados para a função pública.
Eu pergunto. Será que o Estado Português e as empresas privadas estão preparadas para suportar estes valores? Tenho algumas dúvidas dado o reduzido aumento do crescimento económico no mundo e, em alguns países, mesmo recessão económica.
Com isto, não quero dizer, bem pelo contrário, que o nível salarial da maioria dos Portugueses esteja correcto, ou chegue para fazer face às despesas do dia a dia. O que espero é que num futuro próximo não nos venham cobrar esta factura.
Espero que os 2,9% atribuídos tenham uma base sólida, que não seja apenas um “brinde” de proximidade eleitoral, uma forma de semear para na altura da colheita o fruto cair madurinho em nº de votos.

No entanto deixo um alerta as pensões mais baixas dos nossos idosos continuam com valores que pouco mais dão do que para comprar alguns medicamentos.
Estas sim são para mim situações prioritárias, assim como outras que nos afligem na área social e sobre as quais me irei debruçar mais adiante.
É preciso que tenhamos os pés bem assentes na terra a fim de não nos deixarmos ludibriar.
JC
FOTO DE JORNAL DE NEGÓCIOS

sábado, 11 de outubro de 2008

JÁ NÃO HÁ NADA A FAZER?


JÁ NÃO HÁ NADA A FAZER?

Médicos, enfermeiros e pessoal auxiliar hospitalar, refiro estas profissões porque estão directamente ligadas com um artigo da jornalista Laurinda Alves, publicado no Jornal Público, do passado dia 10 do corrente mês e que gostaria de partilhar convosco.

Diz Laurinda Alves;

Ao longo da vida todos vamos ouvindo frases mais ou menos desagradáveis e daninhas, mas nenhuma é tão perversa como esta: “Já não há nada a fazer!” Dita a um doente em fase terminal ou com doença incurável, é uma frase verdadeiramente assassina.
Quem nunca a ouviu dê-se por muito feliz. Quem nunca a disse tente permanecer deste lado da barricada. Quem alguma vez a proferiu perceba o alcance do tiro que deu porque quem a ouve morre sempre um bocadinho. Começa a morrer naquele preciso minuto.
Condenar os vivos a uma morte em vida é a pior condenação que conheço. E sei do que falo porque há anos que vivo com a memória do olhar de um amigo que me contou como era viver essa condenação num corredor de terminais de um hospital oncológico. Explicou-me como era acordar e adormece todos os dias à espera de saber se era finalmente aquele o dia em que morria.
O meu amigo chamava-se Paulo, tinha a idade de um dos meus irmãos, fazia mergulho com eles e não lhe apetecia nada morrer. Muito pelo contrário, adorava viver, tinha uma predilecção especial pelo fundo do mar e contava tudo o que via. Passava horas a fio dentro de água e tinha o sonho de viver uma vida longa, que lhe permitisse explorar aquele mundo líquido de luz e sombras. Aos 20 anos diagnosticaram-lhe um cancro e, como era novo, tudo aconteceu muito rápido. A doença evoluiu muito depressa e em poucos meses ele estava acamado na ala dos doentes terminais. Era duro visitá-lo porque era Verão. Fora do hospital havia sol e fazia calor, todos estávamos de férias, íamos à praia e mergulhávamos no mar de consciência pesada por podermos fazê-lo com inteira liberdade.
“Disseram-me que já não havia nada a fazer e puseram-me aqui nesta ala onde só estamos à espera de morrer. É terrível. À noite tenho pesadelos e não consigo dormir, mas há quem chegue a pôr as campainhas de urgência fora do nosso alcance para não podermos chamar ninguém. Acham que é tempo perdido porque vamos morrer e não sabem o que nos hão-de fazer.”
Lembro-me do gesto que desenhou no ar com o braço, para me mostrar o que queria dizer. Era alto, tinha sido um desportista e, por isso, ainda tinha uma amplitude de gestos notável dado o seu estado clínico, mas, mesmo assim, a mão não chegava à campainha pendurada num fio que alguém tinha posto num lugar realmente impossível de alcançar. Impressionou-me na altura e ainda hoje me faz impressão que haja profissionais de saúde sem vocação nem coração.
Paulo passou o último mês da sua vida naquele corredor de terminais. Morreu num dia que amanheceu igual aos outros, cheio de sol e de luz. Nunca mais me esqueci da luz desse dia.
Há profissões na vida, como as que a referi e outras que para além do vencimento que se aufere, é preciso ter vocação para elas. É preciso, é necessário podermo-nos dar aos outros. Só assim podemos ser verdadeiros profissionais.

CRÓNICAS DE VIDA DE LAURINDA ALVES

domingo, 5 de outubro de 2008

CRISE FINANCEIRA


CRISE FINANCEIRA

Será que há luz ao fundo do túnel?
As bolsas vivem dias de pânico à espera do plano Paulson
A crise chega em força à Europa, que estuda intervenção conjunta.
A situação agrava-se e faz novas vítimas no sistema financeiro.
A recessão nos EUA é praticamente inevitável. BCE já fala em cortar juros.
As famílias portuguesas têm 1/3 da riqueza exposta aos mercados.
É difícil, senão mesmo impossível prever a durabilidade e dimensão desta crise. Não há nenhum país que tenha passado imune. Numa economia global todos os Estados acabam por ser afectados.
Há vários indicadores que dizem que os EUA já estão em recessão. Se tal estiver a acontecer ou vier a acontecer vai naturalmente ter consequências em Portugal e na Europa, essencialmente através da redução de exportações e na procura de turismo.
No entanto, há analistas que acham que a crise que o sector financeiro atravessa é uma crise como outra qualquer, porque dizem, que como todas as que a precederam há-de passar e o futuro será construído pelos sobreviventes.
No entanto acho que os políticos podem desempenhar um papel importante no que diz respeito ao regresso da confiança e da estabilização do sector financeiro, condições fundamentais para que as empresas tenham acesso ao financiamento e assim poderem ter uma maior sustentabilidade para se modernizarem e manterem os postos de trabalho existentes, ou mesmo quem sabe, poderem aumentá-los.
Esperemos que a resolução dos problemas chegue rapidamente, uma vez que o prolongar da situação continuará a fragilizar as diversas economias mundiais.

JC

domingo, 28 de setembro de 2008

SINAIS DE LIDERANÇA

SINAIS DE LIDERANÇA

A falta de líderes e de liderança na governação de países e na administração de empresas empurra-nos para uma crise económica e financeira como a que estamos a atravessar neste momento.
Crise que se vive essencialmente nos Estados Unidos com repercussões graves no continente Europeu.
Então o que se pretende dos líderes? Carisma? Talvez não dado que as palavras se mostram impotentes para materializar uma definição adequada.
Nas empresas, o papel do líder é, bem sabemos, fundamental, mas o fascínio que o líder exerce sobre as pessoas na sua esfera de influência é talvez a característica mais dispensável.
Em tempos de enorme incerteza e turbulência, exigem-se líderes pragmáticos, que apontem o caminho, saibam comunicar a sua visão e motivar a equipa em torno desse objectivo comum.
Essencialmente as qualidades de um líder estão na influência exercida sobre um grupo para que este, voluntariamente, abrace a visão partilhada pelo poder.
Outro sinal dos tempos é a noção de que a liderança não é um resultado, mas um processo.
Um líder é uma pessoa que está em permanente construção, em permanente aprendizagem, que muda o seu comportamento consoante as exigências dos “liderados” e das circunstâncias.
Ser liderar é “ transformar gente comum numa equipa admirável “, diz Pires de Lima, porque como se lê mutatis mutandis em Camões “um fraco rei faz fraca a forte gente”. Afinal, mais do que nascendo iluminado pela qualidade transcendental do carisma, um líder não é mais do que “uma pessoa comum com habilidade para inspirar outros a agir”.

JC

terça-feira, 23 de setembro de 2008

DESEMPREGO





DESEMPREGO

O desemprego é um dos flagelos da sociedade em que vivemos.
Dada a minha actividade profissional, na área dos recursos humanos, constato muitas vezes o desespero em que as pessoas vivem.
A praga do desemprego arrasta consigo para um precipício sem fundo muitas famílias em Portugal.
Por vezes aparecem, na empresa onde trabalho, pessoas a pedir emprego. Sempre as atendo. Mesmo, não tendo disponibilidade na altura em que se vêm inscrever, marco outro dia para passarem, para com elas poder conversar e aferir da possibilidade de serem integradas numa das empresas do grupo, naquela fase ou noutra de maior labor.
Sempre tive por hábito, quando necessitamos de alguém, consultar as fichas de inscrição que temos em arquivo. Faço uma primeira triagem das pessoas que acho que estão mais aptas para ocupar o lugar em causa e, depois, paço à fase de entrevistas.
Esta é para mim a parte mais complicada, pois durante a entrevista há pessoas que contam a situação precária que estão a viver, a qual faz arrepiar qualquer ser humano.
A “ginástica” financeira que fazem para sobreviver, alimentar, vestir e dar formação aos filhos com os parcos subsídios que recebem é impressionante. Creio que chegam muitas vezes a passar fome.
Numa situação destas ainda se pode ir aguentando o barco, o pior é quando surge a doença. Os medicamentos são caros, e nestes casos, os governos deviam aquilatar das possibilidades de cada família e criar condições para que possam viver e tratar-se com o mínimo de dignidade.
Não sou daqueles que acha que o desemprego diminuiu, bem pelo contrário tem aumentado. Também acho que não é com subsídios atribuídos ao desempregado que se resolvem as situações. Acho sim que as empresas deviam ser apoiadas de forma a criar mais postos de trabalho, isentando-as de alguns impostos e reduzindo outros.
Talvez seja utópico da minha parte mas, acredito, que num futuro próximo tal possa acontecer e possamos viver numa sociedade mais justa em que os mais ricos possam continuar a ser ricos e a pobreza seja eliminada, caminhando assim para uma classe média maior.
Será que esta é uma visão utópica? Deixo a questão.
JC

sábado, 20 de setembro de 2008

DORIVAL CAYMMI

DORIVAL CAYMMI

Numa das anteriores revistas da “Sábado”, um artigo de Ricardo Marques, faz uma homenagem ao Grandioso Dorival Caymmi , segundo o autor, o ídolo dos pais da bossa nova.
A descrição que o autor nos faz, deixou-me impressionado e com vontade de o partilhar convosco:

Cantou o mar, a Bahia, o Brasil e os brasileiros. Ensinou Cármen Miranda a dançar e esteve casado 68 anos com Stella, que ainda rapariga, viu catar na rádio. O ídolo dos pais da bossa nova morreu “baianamente”.

Trazia o mar no coração, como disse naquele dia. Aos 90 anos, já não precisava de sentir o cheiro da água salgada na areia para se sentir bem. As imagens passavam lentamente na cabeça daquele homem de bigode e cabelos brancos. Ele, em criança, a mergulhar nas águas cristalinas de Itapuã, em Salvador da Bahia. Ele, jovem músico, a escrever versos e mais versos, tantos que chegaram para 20 discos, sobre praias e pescadores. Ele, aos 90 anos, a descansar na varanda, em Perequi vila de três mil habitantes no interior de Minas Gerais, onde a mulher nasceu. A neta sentada à sua frente, com um gravador entre os dois. “Como é que o senhor se sente vivendo longe do mar”?, perguntou ela. “A presença do mar, a presença das coisas físicas que a gente tem não saem da memória, e a memória vê”, respondeu Dorival Caymmi.
Segurava moedas antigas nas mãos, para se distrair e afrouxar os nervos. Às vezes, também gostava de ficar apenas ali, naquela espécie de casa de férias a que sentia prazer em regressar, apenas a “olhar a natureza”. “Ela nos dá momentos de rara felicidade”. Nasceu baiano, a 30 de Abril de 1914, filho de um funcionário público e de uma domestica. O pai era também músico amador, tocava bandolim, piano e violão, e a mãe levava os dias inteiros a cantar para os quatro filhos: Dorival, Deraldo, Dina e Dinair. Aos 13 anos,, cantava no coro da Igreja e aos 16, sem nunca ter tido aulas, escreveu no Sertão, a primeira das composições. A Bahia era demasiado pequena para Dorival, que aos 22 anos já tinha um programa de rádio e um samba premiado: A Bahia também dá valeu-lhe um abajur cor-de-rosa.
Tinha 23 anos quando embarcou num ita(navio que ligava o Norte e o Sul) rumo ao Rio de Janeiro. Partiu para o mar com bilhete de ida, já que, embora permanecendo baiano e voltando a casa de tempos a tempos, nunca mais morou na Bahia. Com a ajuda de um primo, ficou numa pensão de estudantes, publicou desenhos nos jornais e cantou os seus temas nas rádios. Um ano depois, a sua vida mudou.
PRIMEIRO FOI UMA rapariga de 17 anos, no meio de outros jovens talentos, para lá do vidro do estúdio da Rádio Nacional. Foi um domingo. “Foi amor à primeira vista. Eu não sabia que estava amando.”Nesse dia Adelaide Tostes(Stella Maris no meio artístico)cantou Último Desejo.
Casaram-se um ano depois, viveram juntos 68 anos, tiveram três filhos – Dinair, Dorival e Danilo, todos nomes grandes da música brasileira -, sete netos e quatro bisnetos. “Um amor sereno, inexplicável”, disse à neta Stella Caymmi, na varanda de casa da pacata Perequi..
Mas, em 1939, uma outra mulher, portuguesa de Marco de Canaveses, encarregar-se-ia de o tornar irremediavelmente famoso. No filme Banana da Terra, Cármen Miranda, Vestida a rigor e com a ajuda de Dorival, que a guiava atrás da Câmaras, interpretou O que é que a Baiana Tem?. Caymmi tornou-se famoso.”O mais baiano dos grandes nomes da música popular brasileira”, como lhe chamou o jornal O Globo, nunca mais parou de escrever.
A família instalou-se num apartamento de Copacabana, a três quarteirões da praia, numa rua cheia de árvores nos anos 50, os futuros grandes nomes da bossa nova viam em Dorival uma referência. João Gilberto gravou músicas suas e Tom Jobim elogiava o traço moderno do seu trabalho. Na década de 70, compôs Modinha para Gabriela baseado no livro de Gabriela, Cravo e Canela, do seu amigo Jorge Amado.
Dorival nunca aprendeu a nadar, mas nunca esqueceu o mar da Bhia. Morreu a 16 de Agosto, dez dias depois de a mulher ter entrado em coma. No do funeral, o filho mais velho declamou os últimos versos de João Valentão, música inspirada num pescador e que demorou nove anos a escrever.”assim adormece esse homem/Que nunca precisa dormir pra sonhar/Porque não há sonho mais lindo do que sua terra.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

EDUCAÇÃO ...



EDUCAÇÃO

Estamos no início de mais um ano lectivo. Como todos temos visto o primeiro-ministro e mais vinte e três ministros e secretários de estado, deste governo, não se cansaram, no final da passada semana, de distribuir diplomas aos cinquenta mil alunos que concluíram o 12º Ano no ano lectivo anterior. Os melhores receberam ainda um cheque de 500,00 euros. Eu pergunto. Porquê nesta altura? Não será esta mais uma estratégia de marketing - “vender” a imagem de uma boa política de educação?
Creio que sim. Mas, mal de um Pais ou governo quando precisam de se munir destes artifícios para fazer passar uma mensagem que, nem de longe nem de perto, corresponde à verdade.
Todos sabemos que os exames do 12º Ano foram facilitados, comparando-os a anos anteriores, isto para já não falar nos do 9º Ano. E, ao serem utilizados estes critérios é evidente que o “sucesso” é garantido. Logo, se conclui, que o maior número de aprovações não é consequência de uma melhor política educacional, antes dum maior facilitismo.
Para terminar, quero deixar à consideração de todos uma afirmação da senhora ministra da educação que diz, e passo a citar ”O 12º Ano pode não ser obrigatório para concluir a escolaridade obrigatória”. Segundo a senhora ministra, as escolas estão a dar uma resposta tão boa que nem é necessário a sua conclusão para que se possa ter a escolaridade completa, apenas bastando aos alunos frequentá-lo sem carácter de obrigatoriedade.
Eu sempre ouvi dizer que o saber não ocupa lugar, como tal para nos tornarmos um país mais culto, mais evoluídoe com maior ambição, quanto maior e melhor for a escolaridade mais hipóteses há de nos tornarmos, dentro de alguns anos, num país ainda mais desenvolvido e com melhores condições de vida.

JC

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

TUDO O QUE O VENTO NÃO LEVA

Tudo o que o vento não leva
Ao ler um artigo de José Eduardo Agualusa, autor por quem tenho profunda admiração, na revista Pública do dia 7 do corrente mês de Setembro, não resisti a transcrevê-lo para aqui o partilhar convosco.

Vejo na televisão imagens de Nova Orleães batida pelos ventos. Três rapazes abrem os braços enquanto tentam avançar sobre o asfalto molhado de encontro às fortes rajadas – quase voam. Voarão?
Vem-me um desejo de estar lá, com eles, também eu jovem e irresponsável, abraçando a tempestade.
Sempre gostei de temporais. Nem conheço nada mais belo e empolgante do que uma tempestade tropical, com aquela luz de princípio de mundo, chuva grossa e trovoada – excepto certas mulheres.
Sempre me pareceu natural baptizar os furacões com nomes de mulheres. Era assim antes que essa doença infantil do pensamento ocidental, o “politicamente correcto”, tivesse começado a impor as suas regras absurdas a toda a gente, inclusive aos meteorologistas, que são o que há entre os cientistas de mais parecido com os poetas.
Diz-se: as tempestades. Deveria dizer-se “as furacoas”. Aliás, como a mar (a língua francesa revelou-se neste ponto mais clarividente”. Chamar Gustavo a uma furacoa parece-me uma falta de respeito.
Certa ocasião, numa feira do livro, uma jovem leitora veio ter comigo para me dizer que achava as minhas personagens femininas bastante convincentes.
“Você merecia ser mulher”, acrescentou. Foi o maior elogio que recebi.
Contudo, não me iludo. Tenho perfeita consciência das minhas limitações.
Nenhum homem merece ser mulher. Compreendo a dedicação dos travestis, mas acho-os figuras um pouco patéticas, como um pardal que pretendesse passar por águia.
Portanto, gosto de tempestades, e gosto de mulheres que se parecem com tempestades. Diz-se de alguém quando desmaia que perdeu os sentidos.
Tempestades e mulheres que se parecem com tempestades produzem em mim um efeito oposto: devolve-me sentidos. É como abrir os olhos, tendo-os já abertos, e acordar nalgum lugar ainda mais concreto, mais iluminado, mais colorido, do que a realidade. Mais assustador também, é evidente. As tempestades são perigosas. As mulheres que se parecem com tempestades são igualmente perigosas.
É o perigo, suponho, que nos acende os sentidos. Nunca nos sentimos tão vivos como quando temos que enfrentar a morte. Isso explica a perversa nostalgia que os antigos combatentes cultivam relativamente aos dias terríveis que passaram na guerra. Juntam-se uma vez por ano, não para evocar o que sofreram, mas para se recordarem de como estavam vivos. Depois a morte afastou-se – ao menos a morte na sua versão espectáculo, com o crepitar das metralhadoras e o clarão das explosões - , a morte afastou-se, pois, e a vida perdeu a grandeza e o sabor. Felizmente somos mortais. Nem há pior castigo do que o grande tédio da imortalidade. Pense-se no exemplo de Ahasverus, o judeu errante, que escarneceu de Jesus Cristo enquanto este carregava a cruz, e foi condenado a vagar pelo mundo até ao regresso deste.
Três rapazes abrem os braços enquanto tentam avançar sobre o asfalto molhado de encontro ao coração da tempestade. Daqui a muitos anos hão-de relembrar aquele instante: “Éramos loucos!” – dirá o primeiro. “Sim” – acrescentará o segundo – “e como isso era bom!” O terceiro permanecerá em silêncio. Um sorriso nos lábios. Naquele dia quase voaram.
Estendido na cama de um hospital um homem muito velho recorda as mulheres que passaram pela sua vida. Esqueceu o nome de algumas, não consegue reconstruir o rosto de outras, e tudo isso lhe parece agora imperdoável. Foi feliz com várias. Feliz, distraidamente, como são felizes os bois enquanto pastam. Por alguns instantes incomoda-o a ideia de que a felicidade só se consegue alcançar por um esforço de desatenção. Descobre depois, com crescente sobressalto, que a mulher de quem se recorda melhor foi uma que veio de longe, que arrasou tudo à sua passagem, e depois desapareceu. A mulher de quem se recorda melhor não lhe trouxe a bonança, muito pelo contrário – trouxe-lhe a tempestade. O velho fecha os olhos e também ele sorri. Foi um tempo em que quase voou.

domingo, 7 de setembro de 2008

ELEIÇÕES EM ANGOLA


Na passada sexta-feira houve eleições em Angola, ex-colónia portuguesa que adquiriu a independência após o 25 de Abril de 1974.
Independência discutível, da forma como foi levada a cabo, mas à qual tinha direito.
Não foi sobre a independência deste país que resolvi fazer esta reflexão, provavelmente ficará para uma próxima vez. Antes, como atrás referi, a reflexão é sobre as eleições que realizaram. Um País onde já não se realizavam eleições legislativas há 16 anos e que serão um teste para as presidenciais do próximo ano. Essas sim, muito mais importantes que as legislativas.
Pelo que ouvi e li não correram muito bem, pois houve assembleias de voto que nem sequer chegaram a abrir no dia das eleições. Abriram sim, mas no dia seguinte...
As forças políticas em “confronto”, eram várias, mas as mais importantes eram, e são, o MPLA e a UNITA.
É evidente que com o que se passou, a UNITA já vem pedir a repetição das eleições em Luanda. Provavelmente com razão, pois não abrindo todas as mesas de voto no mesmo dia e à mesma hora, a verdade eleitoral não está garantida. Em minha opinião, o povo angolano deve ir às urnas novamente para repor a verdade dos resultados finais.
Um País que viveu durante muitos anos sob um regime totalitário, e que ultimamente vem dando os primeiros passos na democracia, deve procurar que haja a maior seriedade num acto destes para que não restem dúvidas, quer para os partidos, quer para o povo, quer para o mundo da verdadeira democracia que dentro de algum tempo, assim espero, se possa viver neste País.
Angola tem tudo para vir a ser um grande País, onde todos possam viver com qualidade. É preciso dar tempo. Mas eu acredito.

JC

domingo, 31 de agosto de 2008

ENERGIAS E DESENVOLVIMENTO


Energias e Desenvolvimento


Na revista Exame de Setembro vinha publicado um artigo que achei interessante de Isabel Canha intitulado “Energias e Desenvolvimento” e que resolvi publicar no meu blog pelo sua oportunidade.

Nicholas Stern, que estará na conferência sobre renováveis, defende que não são mutuamente exclusivas.

Um deserto tórrido, incêndios, falta de água, populações em fuga para zonas mais temperadas, milhões de refugiados. Não precisamos de grandes dotes para a dramaturgia para representar a tragédia traçada por Ncholas Stern. O pior é descobrir que a acção pode vir a decorrer aqui mesmo, em Portugal, e não numa distante galáxia produzida pela imaginação humana.
Ninguém quer que o pesadelo se torne real, mas tarde em se fazer mais e melhor para evitá-lo. Naquele que ficou conhecido como o relatório Stern, divulgado em Outubro 2006 pelo governo britânico, o ex-economista-chefe e ex-vice-predidente do Banco Mundial, avalia que a inacção perante as acções climáticas pode custar-nos 20% do PIB mundial.
Pessimista de serviço? Talvez, mas ele é o oráculo de algumas boas notícias quando prevê, por exemplo, que o preço do petróleo começará a moderar-se dentro de dois anos, graças à racionalização do uso da energia e à procura de fontes alternativas que a alta de preços está já a provocar. Como refere na entrevista d«que concedeu à EXAME “no sul da Europa há uma enorme vantagem relativa à energia solar e isso deve ser desenvolvido”. No seu gabinete de London School of Economics, onde recebeu a editora Rosália Amorim, defendeu:” O que precisamos é de uma economia low carbon, mas com crescimento. Esse é o desafio, aliar o ambiente ao desenvolvimento”.
Em plena crise do petróleo e com o mundo cada vez mais consciente da urgência do combate ao aquecimento global, a EXAME, a Visão, e o Ministério da Economia associaram-se para promover, em Setembro, uma importante conferência internacional dedicada às energias renováveis e ao seu papel no futuro próximo, do ponto de vista económico ambiental.


Esperamos todos que haja de facto renovação.

JC

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

SEGURANÇA

SEGURANÇA

Há algum tempo escrevi neste blog sobre segurança. Mais uma vez venho alertar para este flagelo que aflige a nossa sociedade. Todos os dias os Telejornais abrem com notícias de assaltos a pessoas, tumultos, distúrbios que acabam na maioria das vezes com tiroteio entre vários gangs, pessoas de etnias diferentes, ou mesmo com as forças policiais. Estes tiroteios quase sempre trazem como consequência a morte de cidadãos civis ou elementos das forças policiais. O que mais me indigna é que a culpa nunca é de ninguém. Morre ali mesmo no local do crime. O Ministro da Administração Interna “ diz” que no próximo ano vão ser contratados dois mil polícias. Que irão ser distribuídas armas novas, que mais não sei quê… Eu concordo com todas estas medidas. Mas pergunto a política de segurança já está definida? Se está quem a definiu? E se está não é do conhecimento público. Além disso, acho que a política de segurança e de justiça deviam estar interligadas, pois não é um polícia prender um ladrão ou um malfeitor e um Juiz de seguida pô-lo em liberdade condicional ou com pulseira electrónica.
Penso que o Primeiro-Ministro, ou mesmo o Presidente da República já deviam ter vindo fazer declarações públicas sobre este drama que nos está a atingir e, até hoje, nem uma palavra foi proferida por qualquer um destes Órgãos de Soberania. Ficamos com a sensação que nada se passa, que vivemos na maior das tranquilidades. Dá a sensação que vivemos num País em que tudo é um “mar de rosas”.
Urge tomar providências para que possamos andar tranquilos à noite ou de dia em qualquer local deste País. Sentirmos que estamos seguros e que podemos andar descansados, sem que ninguém nos assalte. Sentirmos que estamos descansados e que não haja o perigo de alguém nos apontar uma arma à cabeça, ou mesmo dispare porque não fazemos a vontade aos assaltantes e nos opomos às possíveis tentativas de assalto.
Afinal em que país vivemos? Será que vivemos num país da EU desenvolvida?
Para atingir esse patamar ainda temos que subir muitos degraus e percorrer uma grande distância. O governo que aplique bem os nossos impostos…e de certeza que teremos um Portugal muito mais seguro e com melhor qualidade de vida.
J C

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

EDUCAÇÃO CÍVICA




EDUCAÇÃO CÍVICA

Ao ler a revista Pública do passado dia 01 do corrente mês, deparei-me com um artigo do Psicólogo Eduardo Sá, pessoa que admiro, pela forma como escreve e como muitas vezes comenta assuntos do seu foro em vários programas televisivos.
O artigo tem como título “Os pássaros cantam quando dormem”, eu resolvi intitulá-lo no meu blog como “Educação Cívica” e terão oportunidade de ver porquê quando o lerem e reflectirem sobre ele.
Escreve então Eduardo Sá;
1. (Hoje vamos conversar sobre a sensibilidade. Não se assuste, por favor, com o modo como iremos começar…)
Ao entrar, num sábado destes, numa Loja do Cidadão, tive o privilégio de ver uma repartição inteirinha para mim. Diante de tão grande surpresa, dirigi-me directamente ao balcão das finanças. A minha radiosa simpatia esmoreceu de imediato. Sem olhar para mim, a funcionária (que conversava, distraída) mandou-me tirar uma senha…e aguardar a minha vez. Quando, incrédulo, estava prestes a lavrar um protesto, a senhora vincou que eu só devia falar depois de aguardar pela minha vez.
“A minha vez?...” pensei. “Mas só cá estou eu!...”
Para meu vexame…aguardei mesmo. Não sem que, antes, tivesse tirado as senhas 38 e 39. Passados uns longos minutos, e embora aloja carecesse de outros cidadãos, chegou a vez do 38. Depois de chamado algumas vezes, chegou a vez do 39.
- Não era o 38?...
(Bendito ar cândido que me ficou do colégio de freiras…)
- Eu?... Não!...Eu sou o 39… O 38 tinha-o na mão…mas teve de sair…
Se os olhos acrescentassem coimas aos impostos, ficava eu à beira de um ataque de nervos
- Sabe que é feio brincar com o trabalho dos outros? – perguntou-me a senhora…
- Sei. E é feio, sim senhor. (Mas porque é que o trabalho dos outros há-de brincar com a nossa paciência?)
2. Crescer é aprender a esperar pela nossa vez? Suponho que sim. Não no sentido de tirarmos uma senha mesmo quando percebemos que somos os primeiros. Mas, antes, ousando descobrir as pessoas que nos ponham em primeiro, gesto a gesto, e de surpresa, seja qual for o nosso lugar, ao pé de si.
Mas há pessoas que, devagarinho, se transformam num mata-borrão para os nossos sentimentos. Adormecem-nos, para a sensibilidade e transformam-nos em funcionários da vida. Criteriosos, no modo como nos distribuem senhas e funções que preenchem os seus espaços vazios.
3. Quando se trocam, os sentimentos são a nossa luz. (Ajudam-nos a perceber que estar vivo é aceitar todas as imprevisibilidades, sobretudo aquelas que aparecem sem a vez marcada.) Quando se vivem só para dentro, transformam-se em ressentimentos (e fazem do nosso coração um funcionário que exige que esperemos, apesar de sentirmos que já passou a nossa vez).
Sentir é, portanto, “a senha” que transforma a esperança que nos adormece… na nossa vez. Mesmo que a luz que nos chega, de alguém, de início nos baralhe. Como aconteceu com os pássaros do Jardim da Serra, na Madeira (quando passou a ter luz eléctrica) que cantavam até de noite.
Esse é o desafio de quem nos desperta para sentir: roubar-nos ao sono. Pois é: nas repartições, tirar uma senha… e logo s vê. Na vida, é melhor estarmos desprevenidos para os sentimentos, assim a luz nos diga qual é a nossa vez.
Acho que este retrata bem a educação cívica de algumas pessoas que estão nas diversas repartições públicas a atender-nos.



domingo, 17 de agosto de 2008

OS JOGOS OLÍMPICOS E O TIBETE




Os Jogos Olímpicos e o Tibete


Os Jogos Olímpicos já foram inaugurados há mais de oito dias e estão a decorrer em pleno. Até ao seu início a maioria dos países do mundo fizeram pressão junto do governo de Pequim por causa da independência do Tibete. Nada valeu. O Tibete continua sob o jugo da China, sem que se vislumbre quando pode vir a ser um país independente ou com uma autonomia como Hong-Kong ou Macau.
Quando vimos nos meios de comunicação social a cara das crianças e dos adultos deste território, com um semblante de tristeza, dá vontade de perguntar. Porque é que estas pessoas não podem ser felizes como tantos outras que há no mundo?
Será que os países que antes estavam a favor da independência do Tibete agora só pensam em ganhar medalhas e se esquecem de quem sofre? Será que só pensam em ser os melhores do mundo e ignoram os que precisam de alimentos e atenção? Ou será que precisam da China como potência económica para poderem desenvolver as suas próprias economias, e se esquecem daqueles que vivem no limiar da pobreza?
Provavelmente será a última pergunta a que faz com que esses países mais desenvolvidos se tenham calado.
Como é triste e dá que pensar em termos de futuro o mundo de interesses em que vivemos… realmente enquanto vivermos neste mundo materialista nunca conseguiremos sociedades mais justas, em que as oportunidades sejam iguais para todos.

JC

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

VELHAS GAITEIRAS E VELHINHOS TARADOS

Há muitas pessoas que pensam que os afectos, a ternura, o amor, o sexo, ou mesmo o fazer amor termina, ou vai terminando à medida que a idade vai avançando. Pois, enganam-se e, prova disso, é o artigo de opinião publicado na revista Pública do passado dia 10, da autoria do Psicólogo Nuno Nodim :

Velhas gaiteiras e velhinhos tarados

Existe a ideia mais ou menos generalizada, quase tanto quanto é mantida em silêncio, de que quando de chega a uma certa idade, o sexo, tal como a pilha de uma lanterna, vai-se esgotando até acabar. A idade do confronto final, esse dia temido em que se arrumam as botas e as caixas de preservativos, não é muito precisa. Andará lá para a volta dos 65 anos idade fatal em que a pessoa deixa de trabalhar e, aparentemente, de fazer outras coisas úteis à sociedade.
Nada mais longe da verdade.
Desde o dia em que nascemos até ao dia em que morremos que somos motivados a procurar e a saborear as sensações que os corpos, o nosso e o dos outros, podem proporcionar quando premidos os botões certos. Se alguma coisa a idade da reforma traz é mais tempo para aproveitar a amanhã na cama, acompanhado e fazer o que bem se entender. Tudo sem a preocupação de ter que ir a correr para o trabalho ou pôr as crianças na cresce.
Algo que intriga muita gente e que angústia muitos homens é: se os homens com a idade deixam de ter um pénis funcional, então como vão ter vida sexual? De uma vez por todas, que fique esclarecido: os homens podem ter erecções até aos 100 anos! Podem demorar mais tempo e necessitar de mais estimulação para as conseguir. Elas poderão mesmo ser menos firmes do que as que tinham com 85, mas não deixam de ser possíveis! Além disso, as erecções não são essenciais para o sexo. Existem inúmeras formas de passar sem elas muito bem. Basta ser criativo e ultrapassar a ideia de que sem coito, não há sexo.
Muitas vezes a sexualidade não se extingue, mas altera-se, bem como a forma de a encarar. “Verifico que a idade afecta o sexo muito pouco. Aproveito-o tanto ou mais do que quando era jovem. Demoro mais tempo a vir-me, mas isso é um prazer e não um problema”.Quem o diz é um entrevistado de Shere Hite, no famoso relatório sobre a sexualidade masculina. Idade: 70 anos.
Um dos problemas é que continuamos a considerar o envelhecimento como um limbo pouco interessante da existência e a colocar as pessoas idosas numa redoma assexuada que só lhes complica a vida.
Numa formação uma vez, uma professora disse-me que aceitava muito bem a sexualidade dos idosos. O exemplo que deu foi que ficava enternecida quando via dois velhinhos de mãos dadas ou a dar beijinhos na rua, como se de cachorros fofinhos se tratassem. A verdade veio ao de cima quando se falou de relações entre pessoas mais velhas e mais novas. Aí foi quando elas foram chamadas de “velhas gaiteiras” e eles de “velhinhos tarados”. Que tinam vida sexual sim, mas só entre si e de preferência de forma delicodoce. Tudo o resto é repreensível.
Um dia esta professora, bem como todos nós, acordará para verificar que ela também já é gaiteira ao olhar alheio.
E então como vai ser?

sábado, 9 de agosto de 2008

FUGA


"fuga " é o meu titulo para a quantidade [7] do Lado de cá, ao deus-dará.. de A.Bagão Félix "numa viagem ao mesmo tempo solitária e acompanhada... que é a sombra do lado de cá, em que vivemos, na expectativa de que Deus dê expressão à nossa esperança na luz que existe do LADO DE LÁ.


Se ter trabalho é um factor de esperança, ter tempo é um factor de harmonia.
Trabalho sem tempo é tão perverso como tempo sem trabalho.
Aliás, esta aliança harmoniosa entre os diferentes tempos da vida deveria ser ensinada nas escolas como um factor saudável de exigência com responsabilidade, de felicidade e de produtividade!
Infelizmente não é o que se vê na educação, hoje absurdamente orientada para o individualismo laxista ou, em oposição, para a competição predatória.
No mundo do trabalho são visíveis, também, sinais preocupantes de desumanização das relações laborais, de desconsideração do envolvimento familiar e da apologia do sucesso sem regras.
Em nome do primado da exclusiva proficiência profissional, esfuma-se o gosto pelo simples e natural, deixam-se para trás projectos infinitamente maiores do que todos os outros, como o de ter um filho, e prejudica-se, às vezes irremediavelmente, a sua educação.
Escreveu João Paulo II que para o homem, não tem apenas um significado técnico, tem também um significado ético.
Por detrás de cada um, está uma família à espera!


De António Bagão Félix - DO LADO DE CÁ AO DEUS-DARÁ

sábado, 2 de agosto de 2008

A PROFISSÃO



A PROFISSÃO

Ao ler uma das histórias do livro “O Cacto e a Rosa”, de António Bagão Félix, fiquei extremamente comovido com essa história “Profissão”, porque me tocou profundamente.
Nela, António Bagão Félix, conta que uma telefonista de hotel, depois de já ter dois filhos, ficou grávida de um terceiro que, por sinal, sofria e uma deficiência cromossómica invulgar e que teria pouco tempo de vida.
Durante o tempo de licença de maternidade criou-se entre as duas uma cumplicidade compassiva entre os olhos amantes e os olhos chorosos de quem só assim se sabia exprimir. Crente havia compreendido Santo Agostinho, que um dia escreveu “ A verdadeira medida do amor é a de amar sem medida”.
Com o aproximar do fim da licença de maternidade esta mãe, em consonância com o marido decidiu deixar o emprego no hotel e dedicar-se inteiramente aos filhos e em especial ao último.
Decidiu ir ao Centro de Emprego, quando lá chegou o funcionário perguntou se queria inscrever-se para um novo emprego idêntico ao que tinha. Ao que ela respondeu:
- O que eu quero é que incluam a profissão de mãe no rol das profissões existentes. Esta resposta foi motivo de chacota pelos funcionários.
Resumindo, o que me tocou nesta história de António Bagão Félix foi o sentimento de MÃE ao ponto de ser originalmente criativa de forma a colocar uma questão tão pertinente como a de uma nova profissão – MÃE….

(Texto baseado na História : PROFISSÃO de O CACTO E A ROSA)
JC

quarta-feira, 30 de julho de 2008

SER MÃE

IMAGEM retirada da net


SER MÃE
Hoje apetece-me contar-vos uma pequena história - “Ser Mãe”

Conheço um casal que queria ter filhos. Como tantos outros, esperou consolidar a carreira profissional de cada um deles e, então, decidiram ter o filho que tanto desejavam. Um belo dia, há relativamente pouco tempo, o rebento nasceu, para felicidade de toda a família.
A mãe, como qualquer mãe que se presa requereu o tempo de maternidade a que tinha direito e, como sabem, podem ser ou três ou quatro meses, conforme a mãe assim o desejar. Qual foi o meu espanto quando esta mãe requer penas o tempo mínimo, ou sejam seis semanas para cuidar de um rebento… os rebentos precisam de mais tudo o que se lhes dá é sempre pouco…

Passadas as seis semanas a mãe, politica de profissão, vai “ trabalhar”. Mas ainda mais espantado fiquei quando esta mãe leva o filho no ovo para o “trabalho”. Ou “trabalha”, ou toma conta do filho. As duas coisas é que não pode fazer, porque não consegue fazer bem nenhuma delas.
Sabem, eu sou daquelas pessoas que acho que caso a mãe assim o deseje deve ficar, mais que os quatro meses em casa, deve ficar antes quatro anos e o estado deveria remunerá-la por isso. É nesta idade que as crianças precisam mais dos pais, e, muito mais da mãe.
Eu pergunto, será que este casal estaria preparado para ter filhos? Penso que não. O que estavam preparados sim era para prosseguirem a carreira profissional de cada um, pois, há pouco esqueci de dizer o pai também é político de profissão, e chegarem ao topo daquilo que ambicionam. Assim, o filho será sempre um “estorvo” na vida deles.
Quem não está preparado para ter filhos, ou queira colocar a carreira para o resto da vida à frente de uma família, acho que tem todo o direito de o fazer, não deve é pôr no mundo seres que precisam de tanta atenção e depois não têm quem lha possa dar.
Deixo esta pequena história à vossa reflexão.
JC


sábado, 26 de julho de 2008

SEGURANÇA

Ouvimos quase todos os dias a abertura dos diversos telejornais com notícias s obre
(in) segurança. Ou porque houve tiros num qualquer bairro, (em princípio) social, ou assaltos a bancos, ou roubos de carros por carjeking , ou por outros quaisquer motivos semelhantes.
Em que país vivemos? Será que vivemos num país da Europa Ocidental evoluída ou, pelo contrário vivemos num país terceiro mundista ou da ex-Europa de leste menos “evoluído”?
As nossas forças de segurança pouco ou nada podem fazer, porque se intervêm e têm o azar de disparar um tiro que acidentalmente atinge um qualquer malfeitor levam com um processo em cima e sabe-se lá o quê mais…. Muitas vezes penso que nem sequer devem saber como actuar, pois as directrizes emanadas pelo ministério que as superintende são tão ambíguas que não lhes permite repor a ordem pública.
Também eu sou daqueles que defendem que todas as polícias deviam estar sobre a alçada de apenas um ministério e não de dois como acontece no nosso país.
Se estivessem apenas sobre a alçada de um ministério haveria uma melhor e maior articulação entre as diversas forças de segurança e, logo, isso contribuiria para que houvesse uma maior celeridade na resolução de alguns crimes e contribuiria decisivamente para uma melhor e maior segurança dos Portugueses.
Também o sistema de justiça devia ser mais duro com determinados crimes e não tão benevolente como tem sido.
Deixo este alerta e espero sinceramente que a reforma das forças de segurança e da justiça sejam levados a cabo o mais rapidamente possível para que possamos viver num país mais seguro e em que as pessoas sejam mais responsáveis.

JC

quarta-feira, 23 de julho de 2008

DESEMPREGO



DESEMPREGO
Ontem quando viajava na minha viatura, escutei num noticiário que mais uma empresa no Vale do Ave tinha encerrado e, como consequência, iriam ser despedidos cerca de 220 trabalhadores.

No mesmo noticiário é referido logo de imediato à notícia anterior que a Efacec ganhou o maior concurso de sempre e que iria liderar um consócio a nível internacional para a execução deste projecto.

Eu pergunto-me o porquê destas duas notícias consecutivas. Será que com a última se resolvem os problemas da anterior? Claro que não! O que vai ser feito destes 220 trabalhadores que vieram para a rua e das suas famílias?

Tantas vezes este drama tem acontecido ultimamente!... E o que tem feito o nosso governo para resolver estas situações? Nada ou quase nada.
JCSilvano
Imagem de http://www.jornalmudardevida.net/wp



Vem dizer e vangloriar-se que a segurança social tem apresentado nestes dois últimos anos valores positivos. Então se apresenta valores positivos porque não os põe ao serviço dos mais desfavorecidos, incentivando-os a terem as suas pequenas empresas, ou então subsidiar as empresas para que possam absorver senão todos muitos destes desempregados?

A taxa de desemprego em Portugal nunca atingiu valores tão elevados como os actuais é preciso que se faça alguma coisa para resolver situações desta natureza. E, também não é através do rendimento social único, que vamos resolver este flagelo.

Os nossos governantes não podem olhar apenas para os números que a União Europeia nos impõe, mas antes devem preocupar-se com este problema grave que nos está a flagelar e que está a fazer com que tantas famílias comecem a passar fome e a entregar as suas casas aos bancos porque não conseguem fazer face a tantos encargos.